02/10/2024
A seletividade alimentar é um comportamento comum na infância, caracterizado pela resistência em experimentar novos alimentos e pela preferência por um repertório alimentar restrito. Essa condição pode se manifestar de maneira variada, desde uma simples recusa até reações mais intensas, como náuseas ao tentar comer algo diferente. Embora seja uma fase normal no desenvolvimento de muitas crianças, a seletividade alimentar prolongada pode comprometer a ingestão adequada de nutrientes essenciais, impactando diretamente o crescimento e o desenvolvimento saudável.
Milena Gusmão, coordenadora pedagógica do Colégio Classe A, de Campo Grande (MS), afirma que “compreender os motivos por trás da seletividade alimentar e trabalhar de maneira positiva com a criança é essencial para garantir uma nutrição adequada e um crescimento saudável”. A recusa constante a novos alimentos pode ser influenciada por diversos fatores, como a introdução alimentar precoce, experiências sensoriais negativas e até predisposição genética. Crianças que passaram por situações de desconforto digestivo ou refluxo, por exemplo, podem desenvolver uma aversão a certos alimentos, associando-os a sensações ruins.
Além do impacto nutricional, a seletividade alimentar pode interferir na vida social da criança. Muitos pequenos evitam participar de eventos sociais que envolvam refeições, como festas e passeios escolares, devido à insegurança com os alimentos oferecidos. Esse comportamento pode afetar as interações sociais e o bem-estar emocional da criança, criando uma fonte de estresse para a família.
Os principais sinais da seletividade alimentar incluem a repetição constante de alimentos, a recusa em experimentar novas comidas e o repertório alimentar restrito a poucos itens. Esses padrões alimentares podem prejudicar a ingestão de nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e proteínas, comprometendo o desenvolvimento físico e cognitivo. A falta de nutrientes como ferro, cálcio e vitaminas do complexo B pode interferir no crescimento e no fortalecimento do sistema imunológico, tornando a criança mais suscetível a doenças.
Lidar com a seletividade alimentar exige paciência e estratégias adequadas. Criar um ambiente positivo durante as refeições, sem distrações, pode ajudar a criança a se concentrar no momento da alimentação. Incentivar a participação da criança no preparo das refeições também pode despertar o interesse por novos alimentos, já que o envolvimento no processo pode gerar curiosidade e motivação. Além disso, estabelecer rotinas alimentares regulares e evitar lanches calóricos entre as refeições são ações que ajudam a regular o apetite e a promover uma dieta mais equilibrada.
A seletividade alimentar pode ser superada com o tempo, especialmente quando pais e educadores adotam uma abordagem tranquila e encorajadora. Em casos mais severos, é recomendável buscar a orientação de profissionais, como nutricionistas e psicólogos, que podem auxiliar no desenvolvimento de estratégias personalizadas para cada criança.
Para saber mais sobre Seletividade alimentar, visite https://www.educarenutrir.com.br/blog/16/seletividade-alimentar-na-infancia-como-tratar e https://www.ipgs.com.br/seletividade-e-neofobia-alimentar-na-infancia/